quinta-feira, janeiro 27, 2011

Perder-se é uma maneira de fazer novos caminhos

Postado por Renata F.C às quinta-feira, janeiro 27, 2011


Minha vida e minhas palavras estão desencontradas. O caminho, como sempre, se me apresenta sem sentido mas, com coragem, eu sigo e vou além de mim. Vou em minhas releituras que trazem silêncio e sobrevivo assim: na dádiva da falta de qualquer barulho. Sigo perdido para evitar velhos pensamentos; faço muito esforço e sozinho tudo é mais difícil. O novo não chega. Como sou conservador e como ando lacônico e mentindo! Mentindo para me salvar: ter uma verdade inventada e que ela me ponha em pé de igualdade com a multidão que me é mais próxima.
Persisto nos livros que arrancam a solidão de mim. Continuo a gastar guardanapos com palavras e a entregar minha alma marcada de ternura e calma em nome do amor que me rasga neste tempo e eu envelhecendo já sonho com outra vida.
Acarinho-me neste meu estar perdido e sacralizo lições de uma literata. Sigo porque todo dia ocupam-me palavras sagradas que retiro de existências poéticas alheias. Elas , as palavras sagradas, não são bússola, são a água que me abastece contra o deserto que há mim.
Perder-se, como me diz Lispector, tem sido meu único caminho. 


[Marlon Marcos]


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